14.12.09

Olá, meu amor.

 

Na semana passada fomos jantar fora. Não só nós os dois (I wish!), mas grande parte das pessoas envolvidas no nosso projecto - cerca de 120, estimo eu.

Acabámos por comer em mesas separadas, tal era a confusão de gente a correr para ocupar mesas e atacar o bufete.

Quando acabámos de comer, fui com uma das nossas amigas lá fora (ela bem diz que vai deixar de fumar, mas...) e, convenha-se, estava um frio desgraçado. Aquele frio que se sente entranhar na roupa e, um minuto mais tarde, entranhar nos ossos. Ficámos então muito encostadinhas à parede que, por coincidëncia, era de vidro e dava para ver tudo lá para dentro (e vice-versa).

 

Ambas virámos a cabeça quando ouvimos bater no vidro; eras tu, no lado de dentro, a meteres-te connosco. Primeiro mostraste-nos o terceiro dedo, com um sorriso que me fez acreditar que, quando eras adolescente, era assim que agias quando querias ser 'maroto'. Depois, quando eu reagi como reagiria qualquer adulto a tal gesto (fingi-me chocada, mas sempre a sorrir, como não podia deixar de ser), fizeste uma cara de arrependido, também sempre a sorrir - estavas a achar piada à conversa silenciosa que estávamos a ter. Como que para te redimires do gesto que tinhas feito antes, fizeste um outro - uniste ambos os polegares e ambos os indicadores e, just like that, mostravas-me um coração e um sorriso que me arrepiou dos pés à cabeça. Foi a conversa silenciosa mais infantil que já tive. A mais satisfatória, também.

 

Voltámos para dentro e, depois de ambas pedirmos um chocolate quente com Baileys (quem nunca experimentou devia experimentar; para dias quentes é uma maravilha!), sentámo-nos na tua mesa.

 

A mesa era enorme em comprimento (uns 3 ou 4 metros, penso eu) e tinha um daqueles bancos corridos de cada lado. Tu estavas do lado de lá, de costas para a janela, e eu sentei-me no banco lado de cá, que era mais acessível. Estava no entanto virada com as pernas para fora, a falar com uma colega, quando sinto algo a tocar-me na coxa. Claro que me assustei, porque o que quer que me estivesse a tocar estava debaixo da mesa e tinha pëlo preto - deduzi que fosse uma ratazana ou algo do género.

 

Eras tu, afinal. Vieste por baixo da mesa porque o resto do teu banco estava cheio de gente e querias sentar-te perto de mim, 'porque há tanto tempo que não conversamos', disseste.

 

E assim, a bebericar as nossas bebidas, ficámos a falar durante horas. Contámos novidades, falámos do que temos feito com os nossos projectos. Combinámos criar uma "one-song-band", para tocarmos no dia em que finalizarmos o projecto. Ofereceste-te para me ensinares acordes novos na guitarra. Ofereceste-te para me ensinares piano. Prometeste que nos vamos juntar todos, o nosso 'grupo', que também era teu antes de só teres tempo para ela, para matarmos saudades e fazermos uma "jam session".

Falei-te do quanto sentimos a tua falta. Pediste desculpa e prometeste que vais voltar a estar mais presente nas nossas vidas. Mas não é a primeira vez que me fazes esta promessa e, desta vez, não vou voltar a ficar iludida, só para depois me desiludir.

 

Passado um bocado, ela fez-te um sinal com os olhos. Puseste o cachecol, vestiste o casaco. Abraçaste-me como há muito não me abraçavas. "Let's get together one of these days. I mean it. I miss you", disseste. E, com ela agarrada ao teu braço, despediram-se do resto das pessoas e foram-se embora.

 

Amo-te.

música: You don't know me - Jane Arden
sinto-me: Super cansada
publicado por Amora às 00:04

29.11.09

Olá, meu amor.

 

No outro dia, fui jantar a casa de uns amigos nossos. Antes de começares a tua relação com ela, era hábito estares sempre em casa deles; digamos que já fazias parte da casa (pelo menos, as tuas fotos ainda estão na "wall of fame", na cozinha.

Era até comum ficares lá a dormir. Eles têm uma cama insuflável, a qual eles ainda consideram "tua", na qual dormias na cozinha, quando lá ficavas. "Just like Cinderella", costumavas dizer.

 

Agora, sou eu quem lá passa grande parte do tempo. Apesar de não saberem o motivo pelo qual muitas vezes estou em baixo, eles apoiam-me e, acima de tudo, fazem-me rir. Nem que para isso tenhamos que deitar abaixo 6 garrafas de vinho ;)

 

Mas, voltando ao que estava a dizer. Estava eu lá a jantar (éramos, ao todo, sete pessoas à mesa) e a conversa foi, invariavelmente, parar à tua relação com ela.

Estavam todos a comentar como é cedo para vocês estarem já noivos.

A certa altura, um deles disse algo muito certo: tu és um homem de paixões. Quando algo ou alguém te tem "head over heels", ninguém te pára.

Foi assim com a tua antiga namorada (noiva), foi assim com alguns dos teus amigos, é assim com o nosso projecto, é assim com a tua música.

 

Uma das nossas amigas (que também lá estava a jantar) ainda está sentida contigo; uma vez, ao que parece, disseste-lhe que a tua primeira "coisa" favorita eram os teus pais, a segunda os teus amigos coreanos (ela e o namorado) e a terceira era vinho coreano.

Ela levou isto muito a sério e, tanto ela quanto o namorado, consideravam-te irmão deles. Tal como me consideram a mim irmã e, diga-se de passagem, isto é uma grande honra - para eles, não se chama "irmã" ou "irmão" a qualquer um.

A verdade é que, desde que a "paixão" pela tua nova namorada começou, afastaste-te também deles, e é algo que eles sentem muito.

 

Mas bom, toda esta conversa para dizer qual a conclusão a que todos chegámos nesse dia: tu és, como já escrevi antes, um homem de "paixões".

Mas, eventualmente, algumas das tuas paixões vão desvanecendo.

 

A minha esperança, neste momento, é que também esta se desvaneça - e todas as outras voltem a brilhar.

 

 

Ontem passei por ti e fingi que não te vi. Estavas a uns bons 20 metros de distância, com o laptop no colo. Passei por ti duas vezes e, em ambas, senti o teu olhar cravado em mim. Vi-te, inclusivé, virar a cabeça no meu sentido, até não me veres mais (bendita visão periférica!).

Quando cheguei a casa, tinha comentários teus no meu Facebook. Tu, que nunca usas o Facebook para nada.

Sei que, mais uma vez, estou a fazer "a great deal out of it", mas não me importa - por agora, é quanto basta para me fazer sorrir.

 

Amo-te.

música: Feeling good - Michael Bublé
sinto-me: saudável
publicado por Amora às 23:12

15.11.09

Olá, meu amor.

 

Sei que não venho cá escrever há algum tempo.

Na verdade, considerei mesmo acabar com este blog. No entanto, apercebi-me de que este é  único sítio onde posso falar sobre o que sinto. Este é a minha única forma de falar "contigo". De dizer-te tudo o que me vai na alma, mesmo sabendo que nunca o lerás.

 

Estas ultimas semanas têm sido, no mínimo, de loucos.

Sabes quando às vezes parece que basta uma coisa correr mal, para todas as outras coisas tomarem essa por exemplo e correrem mal também? Pois.

 

Não só tive que lidar com a notícia do teu noivado (e fingir todos os dias que nada disso me afecta), como ainda recebi algumas notícias de doenças graves em familiares. Para além disso, o trabalho não está a correr como deve ser.

Preciso, desesperadamente, que algo de bom aconteça na minha vida.

 

 

Eu tenho, por vezes, a irritante mania de ler demasiado nas músicas que me enviam. Sempre o fiz mas, ao que parece, desde que te conheço esta mania agravou.

 

No dia depois ao de ter recebido a notícia de que estás noivo, falámos online, como sempre falamos. Por algum motivo, ainda não foste capaz de me dizer que estás noivo. Todos sabem, eu sei, mas tu ainda não mo disseste directamente.

Quando falámos, nesse dia, abriste-me o teu coração em relação à tua família. Contaste-me histórias sobre os teus pais e os teus avós. Histórias que tão facilmente podem fazer-me rir, como chorar. Disseste-me o quanto amas o teu pai e desejas para ele toda a felicidade do mundo.

 

Nesse mesmo dia, enviaste-me duas músicas.

A primeira não devia, de forma alguma, estar na cabeça de alguém que acabou de ficar noivo. A letra é uma metáfora, que basicamente descreve como é triste perdermos algo de muito, muito precioso; o cantor descreve como perdeu algo que lhe enchia o coração, e como deseja voltar a encontrar esse algo.

A segunda, começa com uma letra ridícula e, quando eu estava quase a desligar  player, a letra dá uma reviravolta e explica que, tudo o que foi dito antes, foi uma forma de não mostrar o quanto o autor se importa com a sua "melhor amiga". Fala depois de como essa melhor amiga não sabe que o está a deixar louco e como gostava de ser capaz de lhe dizer que a ama.

 

A minha pergunta é: como, COMO é que é suposto eu não ler demasiado nestas músicas?

Eu sei que provavelmente tu gostas das músicas e enviaste-mas sem nenhum outro objectivo, mas...

Não sei.

 

Amo-te.

sinto-me: cansada
música: mi unicornio azul
publicado por Amora às 18:42

20.10.09

Noivos. Vocês estão... noivos. Pediste-a em casamento depois da nossa conversa no outro dia.

sinto-me: sem reacção
publicado por Amora às 19:47

17.10.09

Olá, meu amor.

 

Ultimamente não temos estado muito tempo juntos; embora estejamos envolvidos no mesmo projecto, cada um de nós está ocupado com o seu próprio "ramo".

 

Eu decidi que é boa, esta distância entre nós. Talvez assim tudo passe. Talvez assim as coisas se tornem um pouco mais fáceis de suportar.

 

Ultimamente, tenho saído com uma pessoa. Um homem lindo de morrer, tanto por dentro, quanto por fora. Alguém que se interessa pelos meus projectos, que está familiarizado o suficiente para podermos falar sobre isto sem que ele se aborreça. Alguém por quem muitas das minhas colegas suspiram.

A verdade é que nos damos bem, em todos os aspectos. Quando estou com ele, as coisas parecem mais fáceis. Mas não consigo, e detesto-me por isto, deixar de o comparar a ti. Deixar de pensar que tu farias isto ou aquilo diferente. Ou que, em determinada situação, dirias isto ou aquilo. Quando estamos deitados, abraçados, vens-me à cabeça e sinto-me desprezível.

 

Hoje vieste comigo. On-line. Grande invenção esta, o Skype.

Por algum motivo (deves estar bem disposto, hoje!), encheste-me de elogios. Que estou bonita (riiight!), mais madura, mais confiante, mais em paz comigo mesma desde que cheguei de Portugal. Que gostas de me ver assim.

 

Falámos e, a determinada altura, quando estávamos a falar sobre as minhas "skills" na guitarra (que, comparadas às tuas, são zero!), disseste que um dia gostavas de ir a um concerto meu, no Hard Rock Cafe... da cidade dela!

Fiquei... digamos que um pouco chocada e, depois de disfarçar e dizer que a minha música é para mim e poucos mais, perguntei se aquilo era a forma (indirecta) que encontraste para me dizer que, no final deste nosso projecto, vais viver para o país dela.

A tua resposta imediata foi "No". Depois ainda escreveste um "I don't know yet", mas aquele primeiro "não" aliviou um pouco o peso que de imediato senti no peito.

 

Depois, falei-te dele. Do homem com quem tenho saído. E tu, que tinhas estado falador durante a noite toda, passaste a responder com monosílabos e, a determinada altura, deixaste de responder.

 

Não sei o que pensar disto. Pode ter sido coincidência; provavelmente não passa disso mesmo. Mas, que raio, porquê só quando te falei dele? Acredita, tu ainda dás comigo em maluca, um dia!

 

Amo-te.

sinto-me: a ISTO de enlouquecer de vez
música: Guitarrada espanhola... olé!
publicado por Amora às 23:01

06.10.09

Olá, meu amor.

 

Ontem, finalmente, depois de todas estas semanas, estes meses, voltámos a reencontrar-nos. Que saudades, que saudades!

 

Quando cheguei (e, confesso, cheguei uns minutos mais cedo), olhei para todos os lados e não te vi. Estranhei, lembro-me de no ano passado, nesta mesma situação, chegares também um pouco mais cedo.

 

Entreti-me a rever pessoas que também não via desde o final do mês de Junho. Muitos abraços, muitos beijinhos, muitos "I missed you", muitos "You look so good!". O clima era de festa, e todos estavam excitados por voltar a este país, que já tanto nos diz.

Foi bom ouvir as novidades, saber como correram os Verões, mas... Faltavas tu!

 

Quando começámos a trabalhar, cheguei a sentir uma pontada de pânico. Não costumas chegar atrasado. Comecei a perguntar-me se terias decidido ficar por lá. Não acredito que tomasses tal decisão sem me contar, mas...

 

A certa altura, estava eu concentrada no que se estava a falar na reunião, quando uma colega me dá uma cotovelada e diz "Olha quem chegou, tão atrasado".

E não precisei olhar para ver quem era; sabia que eras tu.

 

Chegaste com ela, mas nem sequer consegui pensar nisso; só conseguia olhar para ti, para cada centímetro da tua cara, para os teus olhos que há tanto tempo não via.

 

Olhaste para mim, fizeste um sorriso e um leve aceno com a mão e foste sentar-te, silencioso, para não interromper o que se estava a passar.

 

Quando chegou o final da reunião, não aguentei mais e fui ter contigo. Abraçaste-me com tanta força e disseste que sentiste a minha falta. Não viste as lágrimas que tinha nos olhos quando disse que também senti a tua.

 

Puxaste-me à parte, e ficámos o resto do tempo que tivemos de pausa a conversar: como foi o Verão, como te sentes um homem novo, como me trouxeste um CD teu, que por ser antigo só se vende nos USA. Eu contei-te as minhas peripécias em Portugal, as pessoas que conheci. Foi tão, tão bom poder voltar a falar contigo outra vez. Assim, cara a cara, olhos nos olhos. Não imaginas a falta que me fizeste.

 

Entretanto, fui à casa-de-banho e, quando vinha a sair e voltava para a sala, tu vinhas no sentido contrário. Começaste a correr em direcção e a mim e, como eu não estava à espera, assustei-me. Ok, digamos que metade foi susto, a outra metade foi para ver como reagias. E resultou, uma vez que te riste, vieste e deste-me outro abraço; primeiro abraçaste-me por trás (e juro que senti o teu coração!) e, como se estava tornar um pouco embaraçoso, virei-me e ficámos abraçados como deve ser.

 

Meu Deus, é como voltar à adolescência! I love it!

 

Amo-te.

 

sinto-me:
música: Little wonders
publicado por Amora às 16:38

23.09.09

Olá, meu amor.

 

Estou há já 12 semanas em Portugal. Doze semanas estas durante as quais não pude ver-te, tocar-te, sentir o teu cheiro, olhar bem dentro dos teus olhos e imaginar-me lá.

 

Penso que a tua falta está a levar-me, lentamente, à paranóia. Todas as músicas me recordam momentos que tivemos juntos, penso ver-te na rua, na TV. Oiço alguém dizer o teu nome e, ainda que se estejam a referir a outra pessoa, és tu quem me vem primeiro à cabeça.

 

Sonhar contigo tornou-se um hábito: por vezes sonho que estamos juntos, felizes; outras vezes sonho que continuas com ela. Acordo com um vazio dentro do peito mas, ainda assim, feliz por ter visto, uma vez mais, esse sorriso enorme, que me aquece o coração.

 

Hoje pensei que tenho vontade de me apaixonar. Novamente. Não por ti, mas por alguém que me ame também. No entanto, a tua recordação não me deixa; estás sempre lá quando conheço pessoas novas, estás sempre lá quando penso que este ou aquele são simpáticos.

Não consigo, de forma alguma, deixar de os comparar a ti; até agora, todos sairam a perder. Como costumamos dizer, "you ruined it for any other guy". Obrigadinha!

 

Faltam duas semanas para voltar a ver-te, e o tempo não podia estar a passar mais devagar. Sinto-me em pulgas para te ver novamente - estou desejosa por dar-te o abraço que guardo para ti e receber o teu em troca. Por outro lado, sei que vais querer contar-me, uma vez mais (desta vez, pessoalmente), como foi levá-la a tua casa. Ao teu país. A conhecer os teus pais, e o quanto eles gostaram da sua nova nora.

 

E vai doer-me, como dói sempre que me falas dela. Mas vou sorrir, como sempre, e ficar feliz pela tua felicidade. Embora seja bittersweet, e me dilacere por dentro, saber-te feliz basta-me.

 

Amo-te.

sinto-me: confusa
música: Forgiven - Within Temptation
publicado por Amora às 00:25

03.09.09

Olá, meu amor.

 

Estou em Portugal há quase 10 semanas.

Tenho estado ocupada com diferentes projectos, visitas a familiares, saídas com amigos. Tenho aproveitado o tempo que tenho tido sozinha para fazer todas aquelas coisas que já mencionei antes.

 

No entanto, tudo me parece obsoleto sem ti. Apesar de gostar de tudo o que tenho feito, sinto sempre aquele vazio que só tu és capaz de preencher.

 

No entanto, estamos agora longe; para falar verdade, penso que nunca tinhamos estado a tantos quilómetros um do outro, desde que nos conhecemos. Passámos três meses separados no Verão passado, mas sempre estivemos, pelo menos, no mesmo continente. Não que isso resolvesse grande coisa, mas saber-te a tão grande distância é algo que me asusta. Tenho sempre receio que decidas ficar por aí, I guess.

 

Hoje estive com uns amigos nossos, que vieram a Portugal passar uns dias. A meio da nossa conversa, começaram a falar mal da tua namorada. Eu consegui controlar-me e não me pronunciei. Confesso que também não gosto dela; não gostava dela antes de vocês estarem juntos, e agora muito menos. Mas começo a ter receio de expressar a minha opinião sobre ela e que alguém se aperceba dos meus sentimentos por ti. Pode ser que esteja a ficar um pouco paranóica (damn it!).

 

À volta para casa, dei comigo a pensar sobre momentos que partilhámos, lembrando um deles com especial carinho. Houve uma altura em que frequentávamos "lectures" juntos. A cada intervalo, em vez que irmos beber um café ou descomprimir lá fora, como a maioria dos nossos colegas, preferíamos ficar os dois sentados, a partilhar os phones de um leitor de mp3. Parecíamos dois adolescentes a quem tinha sido oferecido tal aparelho; todos, todos os intervalos, lá vinhas tu, da tua cadeira mais à frente da sala, a fazer-me sinal para começar a ligar o mp3. Era como um mundinho nosso, que ali criámos. muitos chamavam-nos para ir lá fora beber um café, outros vinham perguntar-nos o que ouvíamos com tanta avidez, todos os dias.

A verdade é que, para além da música que partilhávamos, penso que aquele era um momento pelo qual ambos esperávamos com alguma excitação. Não precisávamos falar ou fazer o que fosse; bastava-nos pegar cada um no seu phone, e deixarmo-nos levar pelas melodias que ouvíamos.

 

 

Pensei que a tua ausência se fosse tornando cada vez menos difícil de suportar mas, até agora, tenho constatado o contrário. De cada vez que penso em ti, de cada vez que estou a ouvir música e o pc vai buscar uma música tua, de cada vez que penso nos momentos que passámos, nas conversas que tivémos... sinto como se estivesse desfeita em mil bocados. Desses mil bocados, um deles está comigo; todos os outros estão aí, contigo.

 

Enviaste-me, há pouco, um email a perguntar como estão as coisas e a dizer que tens saudades minhas. Se tu soubesses...

 

Amo-te.

sinto-me: com saudades, para variar
música: Oye como va - Carlos Santana
publicado por Amora às 22:01

16.07.09

Olá, meu amor.

 

Estou em Portugal há quase três semanas. Estar com a minha família e amigos torna a tua ausência quase suportável. Quase.

 

Tenho ido à praia, trabalhado um pouco, aproveitado para estar com pessoas que são especiais para mim e que não via há alguns meses. Tenho dedicado tempo a coisas que ando a prometer a mim mesma há algum tempo: ler bons livros, relaxar ouvindo boa música, praticar novos acordes na viola, compor algumas músicas. Para a semana, volto ao piano.

 

Seria de esperar que, no meio de tantas coisas a serem feitas e outras tantas por fazer, pensasse menos em ti. No entanto, há sempre qualquer coisa que faz com que a minha mente voe, bem rapidinho, estes milhares de quilómetros que, neste momento, nos separam.

 

Uma música, uma voz, um som, um cheiro, uma imagem, uma pessoa que vem de ou já visitou um dos países em que viveste... Há sempre, sempre algo que me faz pensar em ti. Como se, apesar de toda esta distância estivesses, durante um segundo que seja, perto de mim novamente.

 

De início, pensei que a minha volta para Portugal e a estadia neste país durante três meses fosse ajudar-me a esquecer-te. Pensei que, se não tanto, pelo menos serviria para acalmar todos estes sentimentos. Até agora, posso dizer que me está a sair tudo ao contrário; cada vez penso mais em ti e, basta-me pôr o teu CD a tocar e ouvir a tua voz para que tudo, tudo volte ao que era antes. Mais forte, se possível.

 

Resta-me esperar que estes três meses passem muito, muito depressa. Dia cinco de Novembro estamos juntos, e posso dar-te o abraço que tenho guardado para ti (suponho que o beijo terá que ficar para depois).

 

Amo-te.

sinto-me: quase em desespero
música: Black magic woman - Carlos Santana
publicado por Amora às 18:26

04.07.09

Olá, meu amor.

 

Estou em Portugal há quase uma semana, e as saudades que sinto estão a deixar-me, já, a ponto de desespero.

Sinto falta de te ver, de te tocar. De ver os teus olhos mudarem para vários tons de castanho, consoante a luz e a tua disposição.

 

Neste preciso momento estamos a falar pelo Skype, e estou a controlar a vontade de escrever em maiúsculas que tenho saudades tuas. Em vez disso, falamos do que temos feito, do calor que faz em Portugal vs. o calor que faz nos USA. Das saudades que tinhamos de vir a casa, da falta que nos fazia a nossa família. De como, daqui a 3 meses, voltamos ao país em que vivemos, deixando os que amamos para trás, outra vez.

 

Pedes-me desculpa por teres levado o meu CD (teu) contigo (para alguém com tamanha colecção de CDs e vinis, é interessante o facto de não possuires os teus próprios CDs!).

 

Contas-me as tuas peripécias, de como estás a pensar voltar a fazer música com a tua família. Prometes que me trazes um CD antigo, que gravaste com a tua família há cerca de 10 anos e que não é comercializado. Ris-te quando te conto acerca da minha família, acerca das manias e feitios que continuam os mesmos. Depois de anos a viver fora, há coisas que nunca mudam; isso traduz-se, para mim, num conforto para além do imaginável. Talvez porque também me faz acreditar que, quando um dia vivermos definitivamente em países diferentes, também a nossa relação continuará assim, forte.

 

Ficas revoltado quando te conto que um dos responsáveis pelo nosso projecto me tratou mal, e sugeres mil e uma vinganças diferentes. Convenhamos, cada uma mais estapafúrdia que a outra, idéias que só podiam sair dessa cabecinha e que me fazem sorrir ao pensar em efectuar cada uma delas.

 

Contas-me como apresentaste a tua nova namorada à tua família e eles a adoraram; o teu pai até comentou que ela vai ser a mãe dos seus netos. Não imaginas, nem fazes ideia, do quanto me dói saber isto. Do quanto o meu coração se parte, quando me dizes que, agora que também ela está num país diferente durante três meses, sentes tanta falta dela que quase enlouqueces. Não compreendes que eu sinto exactamente o mesmo... por ti!

 

Agora tens que sair do Skype; a tua avó está a chegar ao Texas e queres tomar um duche e ir ter com ela. Fazes-me prometer-te que vou cuidar de mim, que mando beijos teus à minha família. Dizes-me "I miss you, my friend".

Não imaginas que, ao escrever "I miss you too", o meu coração chora por não escreveres "I miss you, my love".

 

Amo-te.

música: You and I both - Jason Mraz
sinto-me: desejosa por Outubro!
publicado por Amora às 22:56

Eu amo-te. Tu não sabes. Eu nunca terei a coragem de te dizer.
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