Olá, meu amor.
Estou em Portugal há quase três semanas. Estar com a minha família e amigos torna a tua ausência quase suportável. Quase.
Tenho ido à praia, trabalhado um pouco, aproveitado para estar com pessoas que são especiais para mim e que não via há alguns meses. Tenho dedicado tempo a coisas que ando a prometer a mim mesma há algum tempo: ler bons livros, relaxar ouvindo boa música, praticar novos acordes na viola, compor algumas músicas. Para a semana, volto ao piano.
Seria de esperar que, no meio de tantas coisas a serem feitas e outras tantas por fazer, pensasse menos em ti. No entanto, há sempre qualquer coisa que faz com que a minha mente voe, bem rapidinho, estes milhares de quilómetros que, neste momento, nos separam.
Uma música, uma voz, um som, um cheiro, uma imagem, uma pessoa que vem de ou já visitou um dos países em que viveste... Há sempre, sempre algo que me faz pensar em ti. Como se, apesar de toda esta distância estivesses, durante um segundo que seja, perto de mim novamente.
De início, pensei que a minha volta para Portugal e a estadia neste país durante três meses fosse ajudar-me a esquecer-te. Pensei que, se não tanto, pelo menos serviria para acalmar todos estes sentimentos. Até agora, posso dizer que me está a sair tudo ao contrário; cada vez penso mais em ti e, basta-me pôr o teu CD a tocar e ouvir a tua voz para que tudo, tudo volte ao que era antes. Mais forte, se possível.
Resta-me esperar que estes três meses passem muito, muito depressa. Dia cinco de Novembro estamos juntos, e posso dar-te o abraço que tenho guardado para ti (suponho que o beijo terá que ficar para depois).
Amo-te.